15 de fevereiro de 2004

AMIGO

Ganhei um pequeno caderno da minha avó. Pensei que fosse para desenhar, já que tenho o costume de usar suas paredes como folhas brancas. Com um ar de quem sabe alguma coisa que eu não sei, ela me disse que eu deveria colocar nesse caderno palavras. “Palavras de quê?”, perguntei. Vovó respondeu: Paula, pode ser qualquer uma, desde que saia de você. E que chamavam esse tipo de caderno de diário.

Fiquei pensando que se escrevesse todos os dias, este diário seria meu amigo mais próximo, pois viveria minha vida comigo. E então percebi que quando eu tiver um “fim”, ele também terá. Triste, não? Mesmo sabendo que estou condenando-o, sinto-me animada para começar a escrever.
Agradeci a vovó pelo presente e mostrei para ela a colina verde que desenhei na sua cozinha.
Amiga
Explorando